Como mencionei no primeiro texto deste blog, a primeira vez que tive notícias sobre o que seria o teatro de objetos foi num encontro entre eu, Sandra Vargas e Kelly Orasi a propósito de um convite para direção de um espetáculo. De lá para cá,lá se vão 20 anos de estudos teóricos, oficinas com os grupos protagonistas desta linguagem, bem como, montagens e diversos espetáculos que assisti com teatro de objetos.
Para melhor mergulhar no universo desta linguagem, tenho como sugestão a quem acompanha este blog, iniciar assistindo o espetáculo que é considerado a gênese desta pesquisa; "Pequenos Suicídios" de Gyula Molnár, para que possam se deliciar com Christian Carrignon - Théâtre de Cuisine apresentando este espetáculo ícone do teatro de objetos.
O espetáculo concebido no século passado, traz objetos (balas e pastilhas efervescentes) que não perderam a sua capacidade de provocar a metáfora frente a um tema tão lancinante quanto o abordado na obra.
O mesmo foi remontado nos anos 2000 por Carles Cañellas, da companhia catalã “Rocamora”. Autorizado e orientado pelo próprio Molnár, Cañellas após uma imersão artística com o autor concebeu a sua própria versão.
Segundo Cañellas, ele continua apresentando "Pequenos Suicídios" por visualizar nesse trabalho a síntese do teatro de objetos - ¹“Para mim este é um compêndio de tudo o que foi, o que é e o que pode chegar a ser o teatro de objetos como matéria própria, como uma disciplina cênica, com regras e uma linguagem própria. Este é um trabalho básico. Quem fala de teatro de objetos tem que falar de “Pequenos Suicídios” forçosamente, porque ele é a arqueologia do teatro de objetos atual.”
Portanto, nada melhor que ver a gênese do teatro de objetos para melhor compreender sua proposta de investigação e sobre a qual pretendo escrever nos próximos textos.
Bom espetáculo e reflexões !!!.
Lilian Guerra
*1 - O grotesco no teatro de objetos: uma abordagem de “Vingt minutes sous les No documento Teatro de objetos: um olhar singular sobre o cotidiano (páginas 75-86) .
コメント